domingo, 30 de janeiro de 2011

Bagunças da minha cabeça'



Por outro instante quis inventar uma pessoa, mas eu era tão de verdade naquele momento que me faltou capacidade para ser enganada. Na minha pequena cidade, amei meu medo, meu quarto, minha cama, meu banheiro, minha coragem, minhas próximas horas pelo resto da vida, minha quase morte que agora me enchia de novidades, meu silêncio, a extensão do meu pânico curioso que iluminava toda a cidade, minha tranquilidade madura, toda a bagunça da minha cabeça. Sim, a garotinha magrinha, branquelinha, assustada, sensível, cheia de ódios, cheias de erros e cheia de si, agora apenas recomeçava no corpo de uma mulher invisível. 
"E quanto mais e maiores motivos para não sentir, vem a vida e me mostra que sim, o amor cresce. Irresponsável, sem alimento, sem esperança e de uma burrice enorme. Ainda assim, forte e em crescimento.”
Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, e me enroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum equilíbrio. Na verdade, só queria alguém pra vencer comigo esses dias terrivelmente chatos, mas você me diz que eu não posso esperar nada de ninguém.

Texto da Liz

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